terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O Caos Aéreo

Sempre soubemos que existe o caos nos aeroportos brasileiros, mas só vemos a intensidade dele quando estamos nele.
Épocas de fim de ano e férias são as mais críticas, pois milhares de pessoas viajam, ainda mais com a economia aquecida depois de uma crise mundial.
Acabei de voltar de uma viagem de 5 meses fora do país, e por isso minha passagem estava comprada desde junho. Faltando uma semana para meu retorno para o Rio de Janeiro, a cia aérea, TAM, mudou o meu itinerário e o da minha mãe, que estava nos EUA comigo.
No nosso itinerário anterior iríamos pousar em São Paulo (Guarulhos - GRU), nem sairíamos da aeronave e já partiríamos para o Rio de Janeiro (Galeão - GIG). Com uma semana de antecedência, eles modificaram este trecho para que parássemos em GRU, fizéssemos check-in de novo e voaríamos para o GIG.
Chegando em SP vimos que não deu muito certo. Ao fazer essa modificação eles “esqueceram” de dar o nosso novo e-ticket, que é um numero para a emissão do bilhete de embarque, ou seja, ao chegar em SP não tínhamos o ticket para o nosso voo, que sairia 13 horas do dia 04 – 01 – 2011. Como não conseguiram resolver o caso até o horário do voo, nos transferiram para o próximo voo, que sairia 15:45.
A aeronave chegou atrasada, teve problemas “com o ar condicionado”, e troca de tripulação.
O voo era para sair às 15:45, adiaram para 17:20 e depois, quase 18 horas, nos mandaram embarcar. Entramos em um ônibus na porta do terminal até o avião na pista, vimos nossas malas sendo jogadas e na chuva, o maior descaso. Quando estávamos na porta do avião, porém dentro do ônibus, voltaram com a gente para o terminal, pois havia dado algum defeito na aeronave e nos falaram que foi o ar condicionado. O piloto disse que iria embora e nós não sabíamos o que estava acontecendo, ninguém nos dava explicação.
Nos deram um lanchinho e se propuseram a pagar hotel, mas não queríamos isso, só queríamos ir para casa. Havia idosos com deficiência e crianças de colo. A viagem seria São Paulo – Rio – Fortaleza – Teresina – São Luis do Maranhão, havia muita gente no voo.
O povo se revoltou por querer ao menos uma explicação, mas os agentes da TAM olhavam com cara de descaso, não falavam nada.
O agente da INFRAERO levou certas pessoas para dar queixa formal e um senhor mandou chamar a Polícia Federal, e então foi aí que a cia. Aérea tomou alguma atitude, trocando um voo que iria para o sul para ir para o Rio.
Mas toda essa situação é um efeito cascata, pois se atrasa um voo e a pessoa irá fazer uma conexão, ela poderá perder o próximo voo, como aconteceu com uma senhora que perdeu um voo da TAP.
A empresa está alegando que o atraso está sendo devido ao mal tempo, porém isto não é verdade, porque somente a TAM está atrasando, todas as outras estavam com todos os voos em ordem.
Saímos de GRU por volta das 20:15 e ao entrarmos na aeronave o piloto se desculpou e assumiu a culpa. Dando uma explicação, que foi a seguinte: O nosso voo estava com uma tripulação que estourou o limite de horas de trabalho e tiveram que acionar uma equipe de emergência, e assim que entraram no avião perceberam que algo estava com problema, e por isso trocaram nosso voo. Mas agora quem ficou com o voo atrasado foi quem estava esperando o voo pro sul, formando assim uma avalanche.
As companhias aéreas precisam ter mais respeito com o passageiro, tendo aeronaves reservas e mais atendentes, que muitos olhavam para sua cara como se estivesse morrendo, ou levando mais de meia hora pra te atender. Devem também dar explicações, pois se nos dessem alguma evitaria a chamada da PF.
Se você lida com público ou você sabe lidar, atender e ajudar ou você não abre uma empresa.
Esse caos precisa acabar, mas precisamos que as companhias tomem as decisões.
Por Carol Danelli