A Polícia Federal (PF) anunciou, na manhã desta sexta-feira (19), a Operação Atlântida, com o intuito de desarticular um esquema de fraudes em licitações e desvio de verbas federais a nível estadual.
Estão sendo cumpridos 26 mandados de prisão temporária, 35 de busca e apreensão e nove mandados de condução coercitiva expedidos pela Justiça Federal em Cuiabá, Barra do Garças, Pontal do Araguaia, Canarana, Novo São Joaquim e Ribeirãozinho.
A ação desencadeada é resultado de um trabalho conjunto entre a PF e a Controladoria Geral da União (CGU), que também participou de algumas diligências realizadas nesta manhã.
O desvio tinha participação de servidores públicos, incluindo funcionários da Secretaria de Infra-estrutura do Estado (Sinfra), prefeituras e um agente da Caixa Econômica Federal (CEF).
Segundo a PF, o “rombo” vai passar de R$ 38 milhões aos cofres públicos.
Conforme informações da PF, em Cuiabá, 06 pessoas já foram presas e 03 pessoas estão sendo ouvidas por força de condução coercitiva. Nesse caso, após ser ouvida, a pessoa é liberada.
O delegado federal de Barra do Garças, Eder Magalhães, confirmou que todos os 26 acusados de estarem envolvidos num esquema de fraudes de licitações e desvios de recursos federais já estão presos. Os mandados de prisão temporária foram cumpridos em Cuiabá (6), Barra do Garças (12), Pontal do Araguaia (3), Canarana (3), Novo São Joaquim (2). No município de Ribeirãozinho foi cumprido um mandado de condução coercitiva.
Segundo o delegado, a maioria das prisões aconteceu em Barra. Foram dezoito. Entre os presos, informações dão conta que um ex-secretário municipal, funcionários públicos, membros de comissões de licitações, servidores da Sinfra e da Caixa Econômica Federal.
O delegado Eder informou que o esquema visava principalmente à construção de asfalto e pagamento dos empenhos ainda tinham a ‘vista grossa’ de alguns servidores da Sinfra e da Caixa Econômica Federal que autorizavam o pagamento das obras. Os policiais cumpriram ainda 35 mandados de busca e apreensão.
Foram bloqueados os bens de 33 investigados sendo 26 pessoas físicas e 7 pessoas jurídicas. Os acusados serão encaminhados para a Superintendência da PF de Cuiabá.
O deputado estadual Adalto de Freitas, o Daltinho (PMDB), disse que a prisão de doze pessoas no município, durante a Operação Atlântida, realizada pela Polícia Federal nesta sexta (19), deve ser só o começo. “Isso é só a ponta do iceberg”, declarou. De acordo com ele, as denúncias são tantas, que até demorou para o escândalo vir à tona.
Sob o comando do prefeito Wanderlei Farias (PR), o município foi o local onde foram realizadas a maioria das prisões. Na cidade, ainda são cumpridos 19 mandados de busca e apreensão e outros cinco de condução coercitiva. A polícia investiga um esquema de fraudes em licitações, envolvendo a formação de um verdadeiro cartel entre empresas licitantes de diversas obras da administração pública.
Apesar da certeza de haver indícios que levem ao descobrimento de novos escândalos referentes à administração pública no local, Daltinho ressalta que fez questão de não acompanhar as notícias sobre a operação. “Acredito que neste caso, a polícia tem muita coisa pra poder buscar subsídios e ajudar a promover a moralização na cidade. Espero que estejam levantando coisas concretas pra não ficar só na base do denuncismo e no prejuízo moral dos envolvidos”, comentou.
Mais informações são encontradas no site O Inquisidor .
Fonte: www.oinquisidor.com.br